Comentários sobre o Evangelho de Maria Madalena

Qual o significado do nome Jesus? Dizem que é Joshua ou Jehoshua é a Salvação (LIDDELL & SCOTT, 1883, p. 698), mas este também é o significado do nome Josué. Josué vem de Joshua, que vem de Yeshuah (ישוע) (COFFEY, 1918, p. 28), que é uma abreviação de Yehoshua (יהושע). (ILAN, 2002, p. 126), (HOWARD, 1995, p. 207). Existem judeus com nome Joshua, mas onde estão os gregos com o nome Iesus (Ἰησοῦς)? (WRIGHT, 1910, p. 359).

Se os dois nomes possuem a mesma origem, por que não temos o nome Jesus popularizado entre os judeus ou gregos? Temos Yohanan (יהוחנן), que vem a ser João (ILAN, 2002, p. 7 e 134), (BAUCKHAM, 2008, p. 385). Muitas variantes de Yohanan, várias formas: Iohan, Iohannis, Ioánnis (Ιωάννης), Giovanni, Juan, Jean, John, mas e Jesus? Se para os judeus todo Joshua (יהושע) é Josué, qual a origem do nome Jesus?

Flávio Josefo é uma das raras fontes que citam Jesus, e ele fala de mais de um Jesus. Por exemplo, Josefo cita um Jesus que havia substituído Eleazar no sumo sacerdócio. "[...] nem este Eleazar permaneceu por muito tempo no sumo sacerdócio, tendo Jesus, filho de Sié, sido colocado em seu lugar enquanto ainda vivia." (JOSEFO, livro 18, cap. 13, seção 1). Ele também fala de um Jesus que era galileu e líder de cerca de seiscentos homens armados (JOSEFO, A Vida, 199-200). Este tal Josefo, era um desertor entre os judeus. Após se render ao exército romano passou a colaborar com eles e é a principal fonte histórica e referência, fora da bíblia, que atesta o texto bíblico (BRANDON, 1969, p. 305), embora alguns teóricos acreditam que as passagens que se referem a Jesus possam ser uma falsificação ou interpolação cristã (SCHMIDT, 2025, p. 3), adicionadas posteriormente ao trabalho de Josefo. Seu trabalho faz menção há mais de um Jesus distribuído em muitos personagens repetidos muitas vezes, fazendo crer que alguém tentou a todo custo enfatizar o nome. Agora pense, em se tratando de um registro histórico feito por um desertor do exército judeu, que relevância teria mencionar um homem sábio e ainda por em dúvida sua definição, se era homem realmente ou divino e depois afirmar que ele era o Cristo? Flávio Josefo era judeu, mesmo tendo desertado, ele nunca diria que Jesus é o messias, a não ser que tivesse se convertido ao cristianismo. "Ora, nessa época havia Jesus, um homem sábio, se é lícito chamá-lo de homem, pois era um realizador de obras maravilhosas, um mestre daqueles que recebem a verdade com prazer. Ele atraiu para si muitos judeus e muitos gentios. Ele era Cristo." (JOSEFO, livro 18, cap. 13, seção 1). Militarmente falando qual a relevância deste registro em comparação aos outros? Este registro é praticamente uma profissão de fé. Qual a importância de registrar, até de forma poética, mais um condenado à cruz? Um provável incitador e rebelde contra o Império Romano e ainda um subversivo das leis judaicas?

Independente do Jesus histórico ter existido ou não, pela fé ele foi criado e sustentado. As multidões de pessoas alimentam sua existência e influência no inconsciente coletivo com suas convicções e orações. É o homem na busca pelo significado da vida e de sua própria existência. O que é captado pelos olhos e ouvidos, a mente acredita e torna real. A crença em Jesus não é diferente. Uma imagem mental é feita pela fé, ou força da vontade, esta imagem mental pode virar um móvel, uma casa, um filho, um livro, um mito, ou um deus. Várias pessoas com a mesma fé formam uma egrégora, do grego egrḗgoros (ἐγρήγορος) (SOPHOCLES, 1900, p. 418). Uma congregação é a ação de congregar. A palavra congregar vem do verbo latino congregāre, congrěgo. (LEWIS & SHORT, 1879, p. 420). Formada pela junção de con- (que é estar junto) e gregō (que significa multidão ou rebanho). Então congregar é ajuntar-se à congregação, ao rebanho. Egrégora, que é uma palavra que possui a mesma origem que congregação, através do verbo gregō, que deriva do Latim graeco, que significa grego, que em Grego Antigo escreve-se Γραικοί (Graikoí) (LATACZ, 2014, p. 487), e que significa pessoa (WERNER ENCYCLOPÆDIA, 1909, p. 392), portanto uma reunião de várias pessoas formam uma egrégora. Egrégora então é o corpo espiritual da divindade. Por isto a necessidade de se viver e conviver em comunidade, para unirmos nossas forças espirituais. A sociedade é formada pelo somatório das comunidades. Se as comunidades forem bem informadas, respeitosas, fraternas, a sociedade assim também será, caso contrário esta sociedade pode se tornar o Brasil.

Brincadeiras à parte. É possível mudar esta realidade? Claro que é possível! Eu acredito. É preciso acreditar! Acreditar que a humanidade pode chegar a um nível de consciência capaz de compreender que as mudanças que precisamos começa com nós mesmos e se estende até ao máximo de nossas possibilidades. O ponto de equilíbrio para a sociedade está em compreender o seu valor e de expressar esse valor na escolha de nossos representantes. Sem fanatismo! Sem radicalismo! Sem ignorância! Quando a tolerância superar o ódio então assim começaremos a experimentar a paz! Quando chegarmos a este patamar, pouco importará qual a crença ou a religião, o existir já nos será uma grande graça! Jesus Cristo, Maria, Maria Madalena, Paulo, Pedro, João, Buda, Oxalá, Ogum, Xangô, Allah, Ahura Mazda, Javé ou Jeová, tanto faz! São apenas nomes. Palavras. Se existem ou existiram, não importa. O que verdadeiramente importa é vivermos bem uns com os outros, em comunhão, como irmãos. Não irmãos de fé, ou de sangue, mas irmãos na vida, no existir. Todas civilizações e culturas possuem conjuntos de valores, provérbios e ditados populares, extraídos da vivência e experiência de seus indivíduos em si e, que se repete em outros indivíduos, tornando-se coletiva. Exemplo: "Quem chega primeiro bebe água fresca."

Assim, como uma colcha de retalhos, a sabedoria popular milenar forjou os ensinamentos contidos nos evangelhos, além da influência de outras religiões, como a egípcia e o hinduísmo. Os milagres e profecias sempre foram fenômenos religiosos universais, ou seja, em todos os cantos do mundo existem relatos de proezas sobre-humanas e profecias sobre o fim dos tempos. Eu acredito em inteligência superior à nossa, afinal de contas este corpo que usufruímos não foi desenvolvido por inteligência humana! Também não somos capazes de criar vida à partir de elementos inorgânicos, não somos capazes de desenvolver e programar uma semente à partir de um código genético original. Tudo o que fazemos é copiar, adaptar, imitar e hackear, fazer engenharia reversa para entendermos como funciona, mas não somos capazes de desenvolver do zero. Pegamos o que já existe e forçamos uma adaptação que chamamos de domesticação de plantas e animais selvagens. Não criamos nada, apenas copiamos, ou será que corrompemos?

Vamos falar sobre Maria Madalena ou Maria de Magdala, considerando que Magdala foi uma pequena aldeia, situada próxima ao lago Genesaré ou mar da Galiléia (ROBINSON, 1850, p. 439) , (LEGGET, 1973, p. 147), faz muito sentido que uma Maria pudesse ser conhecida como Maria de Magdala, e esse fato acaba corroborando para a existência de um Jesus histórico. Não posso confirmar que o nome desse homem que enfrentou o sistema, lembrando que ele não enfrentou Roma, ele enfrentou todo um sistema de crenças e até as bases para as convicções sobre a realidade da existência e o próprio sentido da vida, não é possível confirmar historicamente, por outros meios que não seja os da cristandade, que o nome deste homem era Jesus, mas aparentemente alguém existiu, talvez muitos "alguéns", ousaram desafiar a tirania romana e se revoltaram com as condições de submissão impostas por seus governantes hebreus, com a anexação de seu território ao Império Romano. A presença de Maria de Magdala nessa história ensina que provavelmente no início do cristianismo, assim como o cristianismo de agora, a presença feminina foi e é imprescindível para o avanço e manutenção da própria existência da igreja. Isto é tão verdade que o simples indício da existência de uma discípula, talvez apóstola, emergir na história como Maria de Magdala tendo importantes participações confirma que alguém especial conviveu com ela, a ponto de transformar a sua vida, principalmente em uma sociedade majoritariamente patriarcal e masculina.

Se Jesus existiu, ou não, é questão de fé, mas os ensinamentos contidos nos evangelhos, embora se assemelhem com outros, como os contidos no Bhagavad Gita. Sim, pois no Bhagavad está escrito: "Embora eu não tenha nascido, e minha natureza seja eterna, e eu seja também o Senhor de todas as criaturas, ainda que assumindo o controle da minha forma-natural [...], eu nasço por meu poder ilusório [...]. Pois sempre que a piedade decai [...]! E a impiedade está em ascensão, então eu me produzo. Para a proteção dos homens de bem, para a destruição dos malfeitores, para o restabelecimento da piedade, eu nasço de era em era". (DAVIES, 1893, p. 59, tradução nossa)1. No Bhagavad também está escrito: "Eu sou a oferenda; eu sou o sacrifício; eu sou a oferenda aos antepassados;" (DAVIES, 1893, p. 104, tradução nossa)2. Quem se fez sacrifício vivo para a remissão de toda a humanidade? Na Bíblia está escrito: "[...] a vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo, que se entregou por nossos pecados, para nos libertar da perversidade do mundo presente, segundo a vontade de Deus, nosso Pai, a quem seja dada a glória pelos séculos dos séculos. Amém." (Gl 1,3-5). Jesus é o sacrifício vivo! Aquele que ensina que quem almeja ser o maior, deve ser o menor (Mc 10,43-45). Assim diz Paulo sobre ele: "Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor". (Ef 5, 2). São ensinamentos de culturas distintas, mas em geral são ensinamentos que se aplicados à vida são capazes de forjar um bom caráter. Claro! Sem dogmatismos, extraindo o saber do ensinamento do Mestre e não das pessoas. Isso que é o mais importante! Jesus ensinou tolerância e amor, ensinou a orar. Não ensinou julgar! Muito menos a falar mal uns dos outros.

Se os que se dizem cristãos praticassem uma vírgula do que está escrito nos evangelhos, nós viveríamos em um mundo de paz, de amizade, de alegria e esperança, mas infelizmente vivemos em um mundo desigual, cheio de miséria, de destruição, injustiças e de guerras em nome de Deus. O que há de errado com os cristãos? Será que estão fingindo que acreditam na religião? Será que a doutrina de um mundo melhor após a morte faz com que o ser humano negligencie o paraíso que pode ser esse mundo aqui, no agora? "[...] transformai-vos pela renovação do vosso espírito [...]". (Rm 12,2). Fingem a prática de caridade, mas passam a vida destilando ódio? Tenho medo de pessoas assim! Se fingem para si mesmas, o que as impediriam de fingir para o mundo? Então, onde está o erro? Nos cristãos ou no cristianismo? Não há erro em "amai-vos uns aos outros"! (Jo 13,34). Muito menos em "amai vossos inimigos"! (Mt 5,44). Será que o cristianismo realmente ensina a essência dos ensinamentos do Cristo ou apenas concentra valores, dogmas e preconceitos conservadores? Que fardo pesado recebe Jesus, o Cristo! Mesmo morrendo na cruz, por ensinar o caminho para a salvação, acabou dando origem a mais um culto à hipocrisia.

Os ensinamentos do Cristo são caminhos para a tolerância, ele vivia entre pessoas simples, conversava com prostitutas e outras minorias, más vistas pela sociedade até os dias de hoje. O Cristo acolhia os excluídos, e nós? O que fazemos? Esfaqueamos os excluídos na frente de nossos filhos. (CALDAS & AMORIM, 2023).

Que o Deus, acima das religiões, tenha piedade de nós! Embora não se tenham provas concretas, além das narrativas tardias dos evangelhos, sem considerar Flávio Josefo, que compreendo ser uma fralde. Alguma coisa aconteceu durante a ocupação romana na região conhecida hoje por oriente médio. Aliás, muitas coisas aconteceram, mas me refiro especificamente ao fenômeno religião. Os judeus, muito prosélitos, eram inconformados com a submissão ao Império Romano e muitos rebeldes morreram crucificados. Um desses rebeldes, certamente foi o Ungido, o qual pelo idioma grego, chamamos de Cristo. Jesus, se existiu, provavelmente foi um rebelde insurgente que, diferente de João Batista, que conforme os evangelhos, falava mal abertamente do rei Herodes e sua submissão à Roma, Jesus falava de um reino, que até hoje se faz necessário e não é compreendido. O Reino de Deus, citado como ensinamento de Jesus nos evangelhos, não era algo que começaria no futuro, ou no pós morte, era algo presente no agora. "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo". (Mt 6,33). Podemos concluir então que o Reino de Deus é aqui agora. O Reino de Deus não é um lugar físico no tempo e no espaço, mas sim uma forma de enxergar a realidade, uma forma de compreender o mundo. Vamos arriscar dizer que o Reino de Deus vê sentido em você abrir mão da marmita que iria almoçar e que você comprou com o último trocado que tinha na carteira para ajudar um necessitado desconhecido, que não te pediu nada, mas que você se sentiu tocado em seu coração de o ajudar. Vê sentido em, mesmo estando atrasado, parar para ajudar uma pessoa que precise da sua ajuda. Onde o mundo vê desvantagem, o Reino de Deus vê oportunidade. Onde o mundo vê prejuízo, o Reino de Deus vê investimento, porque o propósito do Reino de Deus não é lucrar acima de tudo e a qualquer custo, mas sim conquistar corações para um mundo sem interesses mesquinhos e mais humano. Foi o próprio Jesus quem ensinou rezando ao Pai Nosso, "venha a nós o vosso Reino" (Mt 6,10)! Venha. É aqui e agora. Não é em um céu abstrato, no pós-vida que você será santo e uma pessoa melhor. É aqui. O céu que você almeja começa aqui. O inferno também! É uma questão de escolha. Como está escrito no Evangelho Segundo Maria Madalena: "Cuidado para que ninguém se desvie dizendo está aqui ou ali! Pois o Filho do Homem está dentro de vós." (BG 8502,1, BG 8,15). Para saber mais sobre seus ensinamentos adquira o ebook Evangelho Segundo Maria Madalena.


Citações:

1 - "Though I am unborn, and my nature is eternal, and I am the Lord also of all creatures, yet taking control of my Nature-form (Prakriti)(a), I am born by my illusive power (mᾱyᾱ). For whenever piety decays, son of Bharata! and impiety is in the ascendant, then I produce myself. Tor the protection of good men, for the destruction of evil-doers, for the re-establishment of piety, I am born from age to age."

2 - "I am the offering; I am the sacrifice; I am the offering to forefathers; I am the sacred herb; I am the holy hymn and the sacrificial butter; I am the fire; I am the burnt-offerins."


Referências:

BAUCKMAN, Richard. The Jewish World Around the New Testament. Collected Essays I, Mohr Siebeck, 2008.

BÍBLIA. Português. In: A Bíblia Sagrada: Ave Maria Edição de Estudos. Tradução Monges Beneditinos de Maredsous (Bélgica). 2 ed., Editora Ave Maria, São Paulo, 1959.

BRANDON, S.G.F.. Religion In Ancient History: Studies in Ideas, Men and Events. Charles Scribner's Sons, New York, 1969.

CALDAS, Joana; AMORIM, Luana. Pai esfaqueia morador de rua que tentou vender paçoca para sua filha. G1, 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2023/11/04/homem-e-morto-a-facadas-em-frente-a-supermercado-no-centro-de-blumenau-e-suspeito-e-preso.ghtml Último Acesso em: 07/09/2025.

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DAVIES, John. The Bhagavad Gita: Or The Sacred Lay. A Sanskrit Philosophical Poem. 3 ed. Kegan Paul, Trench, Trübner, & Co. Ltd. London, 1893.

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